16ª Mostra Cultural da Fundação Aury Luiz Bodanese celebra a diversidade e a inclusão

Uma noite mágica e repleta de significado. Assim foi a 16ª Mostra Cultural do Programa de Dança da Fundação Aury Luiz Bodanese – entidade mantida pela Aurora Coop –, realizada na última sexta-feira (6), no Ginásio da Fundação, em Chapecó (SC). O evento emocionou o público ao reunir cerca de 100 crianças e adolescentes em apresentações que celebraram a diversidade e a inclusão em todas as suas formas.

O propósito do Programa de Dança de proporcionar experiências que estimulem o desenvolvimento pessoal, social e cultural de crianças e adolescentes foi ressaltado pelo presidente da Fundação, Oscar Trombeta, que afirmou que mais do que apresentações, a Mostra Cultural é o espaço no qual os alunos expressam o que aprenderam e vivenciaram ao longo do ano por meio da arte.

“Esse evento, que já acontece há alguns anos, reflete um pouco da relação de proximidade que a Fundação constrói, especialmente com a comunidade. É um momento de celebrar o ensino e a educação, reforçar a parceria com os alunos e os pais e renovar nosso compromisso com os princípios que nos unem”, salientou Oscar.

APRESENTAÇÕES

Com o tema “Diversidade”, a Mostra Cultural trouxe coreografias que abordaram questões como igualdade de gênero, inclusão de pessoas com deficiência, empoderamento feminino e a riqueza das culturas e línguas do mundo. Divididas entre as turmas infantis e juvenis, as apresentações foram coordenadas pela professora Julia D’Abril.

Julia relatou como os alunos se empenharam ao longo do ano e por isso o momento tem um significado ainda mais especial para eles. “Eles se dedicam intensamente, participam de vários ensaios e se envolvem de maneira profunda. Além disso, os pais têm a oportunidade de se aproximar mais do universo das crianças e de conhecer um pouco do nosso trabalho, tudo o que desenvolvemos com elas durante o ano”, destacou.

A coreógrafa também descreveu o misto de emoções sentidos durante as apresentações. “Tive que segurar o choro várias vezes. Ver todo o empenho deles, a dedicação e a preocupação em dar tudo certo, foi muito gratificante e uma realização pessoal e profissional”.

Para ela, a Mostra Cultural é uma importante forma de evidenciar o poder transformador da dança na vida das crianças: promove integração e trabalho em equipe, além de desenvolver disciplina, esforço e comprometimento.

Esse impacto é nítido para as irmãs Larissa Ferreira, de 9 anos, e Rhayane Ferreira, de 14 anos. A mais nova, que participa da turma infantil do CRAS Efapi, relatou como a prática contribuiu para diminuir sua timidez e ter mais facilidade para se aproximar dos colegas. “Eu amo a dança, ela me ajudou bastante. A apresentação foi muito emocionante, porque a minha família veio ficar comigo nesse momento especial para mim”, ressaltou a dançarina ao contar que a mãe, os avós e os tios acompanharam o evento.

Para Rhayane, participar do Programa de Dança da Fundação abriu portas e auxiliou a desconstruir ideias. “Antigamente, eu tinha muita vergonha de dançar por conta do meu corpo, quase um preconceito comigo mesma. Mas, quando comecei a participar das aulas, percebi que isso não era um problema. Antes, eu só dançava no meu quarto, mas agora danço aqui, com as minhas amigas”, disse.

Integrante do grupo há dois anos, Rhayane contou que essa foi a sua última apresentação, já que no próximo ano estudará em período integral, mas que não pretende abandonar a dança. “Por ser a última, eu me emocionei muito. Estava nervosa antes de entrar no palco, mas respirei fundo e pensei: ‘Eu vou conseguir. Treinei o ano inteiro para isso’”, mencionou a dançarina, contente com o resultado da performance